Aumento de importações é sinal de retomada, diz governo

O crescimento das importações brasileiras em outubro (média diária de US$ 651,2 milhões, contra US$ 568,8 milhões para o mesmo mês de 2016) e no acumulado do ano (alta de 9,1% sobre o mesmo período do ano passado), é uma indicação da melhora da atividade econômica no futuro.

Terça, 14 de novembro de 2017

A avaliação é de Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do MDIC - Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

“Notamos um crescimento, pelo terceiro mês seguido, da importação de bens de capital. Isso é muito positivo, é investimento, e sinaliza uma melhora da atividade econômica no futuro”, disse Brandão ao apresentar o resultado da balança comercial do mês de outubro.

De janeiro a outubro, compras de bens de capital caíram 15,5%. Porém, a alta registrada em outubro representa o terceiro mês consecutivo, o que não ocorria desde 2013. Trata-se, portanto, de uma reação positiva que sinaliza aquecimento da atividade econômica brasileira, segundo Brandão. “Isso significa investimento e está em linha com outros indicadores econômicos, como o de crescimento da atividade industrial”, apontou.

Vale lembrar que a FBTF - Formação Bruta de Capital Fixo caiu nos últimos quatros anos de 21,1% para os atuais 15,5%. Projeções indicam que no terceiro trimestre que a FBTF (ou seja, a taxa de investimentos em relação ao PIB) tenha crescido 1,6%.

De acordo com o diretor, como o Brasil importa, principalmente, bens para atividade produtiva - como insumos industriais, máquinas para agricultura e bens de capital - o crescimento das compras no exterior demonstra que “o setor produtivo está demandando mais insumos para produção nacional e para exportação”.

Exportações - De janeiro e outubro, as exportações somaram US$ 183,481 bilhões e as importações US$ 125 bilhões, com superávit comercial de US$ 58,477 bilhões. A expectativa do Ministério é que o Brasil feche o ano de 2017 com saldo positivo de US$ 65 bilhões a US$ 70 bilhões.

Na pauta de exportações, os principais itens foram celulose, açúcar, commodities minerais, assim como a venda de petróleo, além dos produtos industrializados, com 12% dos manufaturados, motivado pela venda de automóveis acima de 50%, de veículos de carga e produtos siderúrgicos. “O volume de exportações de automóveis cresce para toda a América Latina, especialmente, Argentina, México, Chile, Peru e Colômbia. As carnes, que no começo do ano tinham queda, agora, estão tendo aumento também”, disse Brandão.

O governo espera fechar o ano com crescimento de 15% nas transações comerciais em relação a 2016. “Já temos dez meses e isso permite fazer um cenário para o ano: vamos ter desempenho positivo das exportações e importações e, certamente, a corrente do comércio brasileira vai encerrar com crescimento significativo. Já estamos com aumento de 15% do comércio como um todo, e esperamos encerrar com esse nível ou superior”.


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